No contexto cultural, a dança, com suas múltiplas faces, vem celebrando a vida
numa expressão dela, filtrando as mensagens, as idéias que se pretende transmitir
através da expressão contida nas formas e movimentos, por uma comunicação não
verbal do ser. Diante disso, o corpo que dança expressa seu ser sensível comunicando
com o mundo, onde todas as manifestações desencadeadas o levam a desvendar-se por
inteiro, revelando-se como um ser-no-mundo a partir do desdobramento da concretude
de sua existência.
No processo de desvelamento, o corpo que dança se apresenta uníssono no
movimento, no tempo e no espaço de forma indissolúvel onde a dança faz do corpo uma
melodia e torna a melodia encarnada. Isso é exemplificado por Paul Valéry, no livro ‘A
alma e a dança: e outros diálogos’, ao constituir uma tentativa da superação metafísica
entre a alma e o corpo quando discute “o que é a dança”, através dos passos da
dançarina Athiktê, uma das personagens deste diálogo:
Entre Títiro e Lucrécio
traducão
Amor não é, se ao extremo não cresce:
Crescer é lei: deve ser igual perece,
Perece em quem não perece de amor,
Vive de sede que não se liquida,
Árvore n'alma, de carne as raízes,
Vive de viver no vivo da vida,
Vive das horas ruins ou infelizes,
E da cruel, ainda mais que da amiga.
Sempre entendes , grande árvore do Amor,
A minha fraqueza um raro vigor,
Mil momentos que o coração abriga
São te folhagem e flechas de luz!
Abre-se ao sol toda tua alegria ,
Tua sede rumo as sombras avança,
Na profundeza , na fonte do pranto...
Lucrecio
_Não são versos, Isto é mais um enigma.
me pergunto:
A dança, é um enigma?
O amor é um enigma?
au revoir et a bientot
Tatiana Justel
trechos do livro
A Alma e A dança e outros diálogos
Paul Valéry.
Blimey!
ResponderExcluirAh, please... Watch the reading queue, s.v.p.!