terça-feira, 19 de maio de 2015

CRÍTICA DE ARTE OU A ARTE DA CRÍTICA , EIS A QUESTÃO????

Vivemos em  tempos onde todos , inclusive essa que vos escreve , se apropriam em dizer que são críticos de arte, de repente todos viraram críticos, nas redes sociais, nas midias enfim,  em tudo.
Estamos todo tempo julgando o trabalho alheio.
Eu vivi uma experiência estrondosa, hoje dou risada de tudo, mas se repensar , e pensar , chego a conclusão que no mínimo foi medíocre e engraçado.
E que sirva de lição para muitos artistas , que como eu passam por essa situação.

Um crítico, é um critico e ponto, ele tem o papel de analisar seu trabalho final, acredito eu.

Mas , a inversão dos valores desmedida pelo EGO, fez um certo critico, se envolver tanto de chegar ao ponto de meter o bedelho no processo de Criação da Exposição, a qual eu participei e desenvolvi, a  divulgação, na confecção dos cartazes midiáticos,ou seja, em como deveríamos usar a midias sociais para divulgar nosso trabalho, como seria o nosso bate-papo, mediado por ele,Jesus!!!! Eu já não sabia se ele era o crítico ou o produtor cultural.
 Cada dia era uma surpresa, estava esperando ele dizer que o meu figurino não me caía bem, e que tinha que usar uma calcinha amarela , ou qualquer coisa assim.

Foi hostil  com meu grupo, por várias vezes, sob a ameaça de que , se não fizéssemos a maneira dele , na cidade dele, iríamos ser boicotados. 

Sim, isso, aconteceu, fomos boicotados,mas ...... até a página 2. 
Porque a exposição foi um sucesso na cidade, e até hoje esta repercutindo muito bem.

Obrigada, Sr. Crítico de Arte,o sr. deve ser um artista frustrado, mas não se preocupe, sua  arte é  a arte de criticar. !!!!!!!!!

 Não,não me arrependo de ter mandado o SR. com todo respeito  ir, tomar no meio do olho do orifício rugoso e corrugado localizado na região infero-lombar de sua anatomia.
Vá para o seu devido lugar,vá criticar, adoro críticas sólidas e bem construídas. 

Ora, merítissimo crítico, ao julgar uma obra de arte, o senhor não tem que ter uma opinião fundada , estagnada , tem que abrir sua mente, ser imparcial, é tão subjetiva a arte a da crítica, que eu acredito que essa função deveria cair por solo, e ser extinta.

Agora para refletir, e repensar
leia este artigo abaixo, está tudo ai, eu só fiz uma pequena introdução.

O texto escrito como ferramenta de mediação
Clóvis Da Rolt*
Resumo:
Este artigo tenciona discutir o papel do texto escrito como ferramenta de mediação da crítica de artes visuais. A problematização central refere-se ao confronto entre as
linguagens do texto escrito e da obra de arte, instaurado pela crítica, de modo que nosso enfoque está diretamente ligado às fronteiras da escrita como atividade mediadora da 
 Clóvis Da Rolt tem Licenciatura Plena em Artes Plásticas (UCS) e Mestre em Ciências Sociais (Unisinos). Atualmente, é doutorando em Ciências Sociais (Unisinos).
ANTARES.

O jogo de palavras é um mecanismo maravilhoso
porque em uma mesma frase exaltamos os poderes
de significação da linguagem só para, um instante depois,
aboli-los mais completamente.
(Octavio Paz - Marcel Duchamp ou o castelo da pureza)


O TEXTO ESCRITO acompanha a história da humanidade há pelo menos cinco mil anos.

Desde a criação dos primeiros sinais gráficos associados à escrita, na região onde floresceram as civilizações mesopotâmicas, as representações humanas ligadas à
preservação e à transmissão do pensamento pela escrita sofreram inúmeras transformações. A invenção da escrita cumpriu uma função tão fundamental no âmbito
da história humana que, por meio dela, ingressamos em uma esfera de acontecimentos que muitos historiadores e pensadores denominam “civilização histórica”. A escrita,
muito mais do que um registro gráfico que pode ser reduzido a um jogo de unidades semânticas, caracteriza algo que só a espécie humana possui: a capacidade de transmitir pensamentos por meio de uma forma inteligível, socialmente complexa e politicamente essencial.
Com sua potência cultural, a escrita alinhavou grande parte dos acontecimentos históricos que marcaram diferentes grupos humanos, atuando não apenas como documento, mas também como monumento – para usar um trocadilho de Benedetto Croce em que ele se refere ao teor egrégio da poesia e sua distinção em relação ao caráter instrumental de outras configurações textuais (Croce, 1997).

 O fato é que, quer seja como documento (histórico, factual) ou como monumento (estético, poético), a escrita é uma forma fundamental de comunicação humana, mediante a qual os intelectos se comunicam, os pensamentos se retroalimentam e as consciências travam batalhas no campo da linguagem.
Não obstante a incursão social da escrita como um dos fenômenos mais notáveis da cultura humana, Francastel nos lembra que “seria infantil pensar que os únicos valores criados pela História sejam os que a escrita consignou” (Francastel, 1993, p.03). A suspeita deste autor não reside apenas nos efeitos da ação totalizadora que,
muitas vezes, é conferida ao texto escrito como testemunho da verdade; ela está diretamente relacionada à legitimidade que o autor reclama para aquilo que  enominou “pensamento plástico”, numa espécie de defesa em prol dos fenômenos que são capazes de informar diversos momentos da história humana, mas que não fazem uso do código escrito como forma de perpetuação. Para o autor, as obras de arte, mediante sínteses da ANTARES, n°2, jul-dez 2009 77
plasticidade do pensamento humano, são capazes de comunicar fatos, verdades e valores num plano equânime ao da linguagem escrita ou falada, sem que isso crie disparidades qualitativas.

A problemática instaurada por Francastel é central em relação ao objetivo deste artigo, pois ela não reconhece que os registros legítimos da história sejam aqueles que foram perpetuados unicamente pela representação escrita, o que faz com que outros sistemas de representação também gozem da mesma perspectiva documental. Assim, a questão que norteará os apontamentos aqui levantados poderia ser assim resumida: 
É possível extrair de uma obra de arte os seus conteúdos comunicativos e estéticos e,mediante sua assimilação e reorganização conceitual, transpô-los ao texto escrito?
Como o texto crítico alinha-se à estrutura simbólica da obra de arte para referir-se a ela num plano de identidade e referência direta? O texto escrito pode “falar” pela obra de arte e, desta forma, traduzir para a língua escrita tudo aquilo que, muitas vezes, é intencionalmente produzido para ser percebido, experimentado e decodificado por outros meios que não os da linguagem escrita?
As respostas a tais indagações não poderão ser aqui buscadas em profundidade.
Resignamo-nos a reconhecer que a prática da crítica de arte vem sendo feita há muito tempo, especialmente desde o surgimento de um corpo de procedimentos conhecidos como uma atividade intelectual diferente da história e da filosofia da arte, a partir do século 16, na Inglaterra e, osteriormente, com sua especialização a partir do século 19, sobretudo na França (Argan, 1988). 
Porém, o que permanece suspeito e constitui motivo de controvérsias desde então, é o teor de assimilação que a crítica opera em relação à obra de arte, bem como a crença bastante generalizada de que o texto crítico é capaz de dizer, mediante o uso do código escrito, por que motivo uma determinada obra de arte merece ser apreciada ou abordada esteticamente como um objeto raro, dotado de qualidades excepcionais ou distintivas em relação ao mundo dos objetos funcionais.

O processo de autonomiação do campo artístico – que Bourdieu sugere ter iniciado com Flaubert e Baudelaire (Bourdieu, 1996) –, inscreve a crítica de arte num corpo de atividades que, juntamente com outras instâncias, passou a ser fundamental para a sustentação das atividades que caracterizam o campo artístico. A autonomização a que nos referimos trouxe consigo a diferenciação dos estatutos sociais dos participantes diretamente ligados a este campo, ou seja, delimitou e pôs em combate as práticas e a inserção social de artistas, marchands, diretores de instituições voltadas à exposição e preservação de obras, críticos de arte, curadores etc. É com o ANTARES, n°2, jul-dez 2009 78 desenvolvimento do campo artístico, diz Viana, que vão se constituindo distinções entre a produção artística e os seus consumidores, mediante clivagens que alocam as práticas de consumo artístico em âmbitos eruditos para alguns e massivos para outros, ou, emoutras palavras, que geram uma dicotomia entre “público seleto” e “grande público”
(Viana, 2007, p.51)..

Se a autonomização do campo artístico fez emergir a figura do crítico de arte como um dos articuladores dos valores, das experiências, das expectativas e das dinâmicas  inerentes à arte, é necessário ponderarmos que essa articulação ocorreu, e vem ocorrendo, mediante o uso do texto escrito. Com isso, não podemos deixar de
refletir sobre o fato de que o texto escrito afeta os seus leitores de diferentes formas,
com diferentes níveis de profundidade e mediante um confronto nas perspectivas de
mundo e de existência de quem escreve em relação a quem lê. Assim, a pergunta pontuada anteriormente ganha nova dimensão: a ferramenta da crítica de arte – o texto escrito – pode operar a dupla função de penetrar a dimensão estética da obra de arte, mediante a reorganização da linguagem desta para a linguagem do texto escrito e, ainda por cima, comunicar a percepção estética do crítico para um público de leitores? A rigor, o texto de crítica de arte cumpre uma função representacional, que o abre a um universo infinito de possibilidades de construção morfológica, sintática e semântica.
Deste modo, pensamos que todos os problemas advindos de sua compreensão (ou desua incompreensão) devem ser relacionados à dimensão da linguagem do texto escrito e não da obra de arte, já que esta possui um potencial de comunicação que lhe é próprio e que opera mediante um jogo de significações que não precisa, necessariamente, passar pela avaliação de uma crítica especializada.
A questão poderia ser tratada segundo a análise das lógicas de mercado, sobretudo no âmbito da sociedade capitalista e da indústria cultural, as quais exigem que o crítico de arte seja um profissional engajado em relação à percepção da obra de arte como uma mercadoria passível de especulação financeira, além de ser capaz de circular em diferentes esferas sociais a fim de criar vínculos políticos, os quais, de preferência, possam render dividendos monetários resultantes da consagração de um ou outro artista.
 Poderíamos suspeitar profundamente de um texto crítico surgido mediante tais condicionamentos. Contudo, uma análise da inserção social do crítico de arte ficará para outro momento, pois ela demanda o exame de certas premissas que excederiam o nosso objetivo traçado, o qual se concentra na problematização do texto escrito  como ANTARES, n°2, jul-dez 2009 79 condição sine qua non para a existência da crítica de arte formalizada desde a modernidade.

O mundo dos fenômenos que nos envolvem é assimilado por meio de indagações: por que um cão? Por que uma árvore? Por que uma obra de arte? As diferentes respostas que obtemos às nossas indagações constituem nossa maneira
peculiar de estarmos no mundo e de percebê-lo. Todavia, as repostas não são unânimes e não sintetizam relações absolutas entre quem pergunta e quem responde. O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos diz que a natureza responde na língua em que é perguntada (Santos, 2006). Trazemos à discussão o alerta deste autor porque ele parece determinar – com os devidos ajustes que a temática demanda – uma condição essencial do texto de crítica de arte, a qual poderia ser assim expressa: de que forma o crítico de arte indaga a obra de arte? Como ele nos apresenta a resposta, ou as respostas, que obtém? Pode a leitura de um texto de crítica de arte tornar o leitor capaz de voltar-se a uma determinada obra de arte (ou a um conjunto de obras de arte) e fazer as mesmas indagações feitas pelo crítico de arte? 
Em caso afirmativo, por que isso seria importante ou necessário, já que a obra de arte é um objeto poeticamente aberto, indeterminado, temporalmente difuso e que pode provocar experiências completamente distintas de uma pessoa a outra? Em relação ao assunto, Francastel assume uma postura diretiva que encontrou inúmeros adversários no campo da arte, pois sua percepção sobre a obra de arte sempre foi de total autonomia.
“O artista cria”, diz Francastel, “e criando ele pensa tanto quanto o matemático ou o filósofo, mas utiliza, para se manifestar em condutas o produto de suas intenções, um outro instrumento que não os outros.
 O erro fundamental é acreditar que os valores tornados manifestos pelo artista devem ser traduzidos em linguagem para tocar a sociedade [grifo nosso]” (Francastel, 1993, p.05).
Os argumentos de Francastel assumiram pertinência em nossas análises empíricas, mediante as quais o confronto entre o caráter normativo do texto escrito e a apropriação simbólica de obras de arte revelaram certos julgamentos que se adequam à finalidade deste artigo. “Talvez as exposições sejam muito direcionadas, por causa das palavras, dos termos, daquilo que as pessoas falam aqui dentro que até parece outra língua”, diz um informante por nós entrevistado durante pesquisa etnográfica nos ambientes expositivos da 6ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, evento ocorrido na cidade de Porto Alegre-RS, de 1º de setembro a 18 de novembro de 2007.1 Outro 1 A 6ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul foi o campo empírico abordado em nosso estudo de mestrado intitulado “Um rio de muitas margens: sociabilidade, interações simbólicas e práticas de apropriação da arte”, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Unisinos.
ANTARES, n°2, jul-dez 2009 80 informante pontua:
“percebo que muitas obras vêm acompanhadas de um discurso para explicar a genialidade do artista. Acredito que essa arte poderia vir sozinha, e não acompanhada da bengala do discurso, da palavra e da frase.”

A obra de arte constitui uma operação de desvendamento do mundo. Ela produz uma avaliação crítica do real sustentada unicamente pelas dinâmicas que subjazem à sua própria linguagem. Conforme expressa Francastel, “uma obra de arte não é jamais o substituto de outra coisa; ela é em si a coisa simultaneamente significante e  ignificada” (Francastel, 1993, p.05).
 Mas se a compreensão da obra de arte, como sugere Bourdieu, exige a apreensão de códigos estéticos histórica e socialmente condicionados (Bourdieu,2005), não poderia a crítica de arte auxiliar na compreensão destes códigos? Cremos que as motivações inerentes à tarefa da crítica de arte nos mostram a complexidade de questões que estão implícitas num texto crítico, o qual pode acenar para inúmeras possibilidades de abordagem da obra de arte dentro das correntes teóricas ou das óticas conceituais construídas ao longo da história, as quais, usualmente, se contrapõem e não se comunicam. Referimo-nos, por exemplo, aos enfoques marxistas,estruturalistas, semiológicos ou institucionais, por exemplo, sendo que cada um dele revela um tipo de análise que clama para si uma visão legítima.
 Neste trânsito de idéias instaurado pela crítica em relação à obra de arte, há o leitor, um agente de integração entre a dimensão escrita do texto e a dimensão plástica da obra. Não podemos negar que essa relação existe e foi instaurada pela profissionalização da crítica de arte. Porém, essa mesma relação foi sempre problemática, visto que a reflexão crítica sobre as obras de arte nunca soube ao certo qual seria o seu destino final, o seu público potencial.

A obscuridade em relação às finalidades da atividade da crítica de arte parece
constituir um problema real devido ao caráter endógeno da maioria dos textos críticos,os quais, com grande recorrência, circulam apenas entre os participantes de círculos
especializados que o tomam à mão para avaliar o grau de sofisticação no manejo da língua, o apuro no confronto dialogal das teorias estéticas nele mencionadas e a
perspectiva ideológica de quem o produziu. Essas zonas de exploração delimitadas pelo texto escrito podem não ter qualquer vínculo direto com as obras de arte submetidas a
exame crítico. Porque a obra de arte é uma síntese do todo, de algo maior do que ela, de uma qualidade geral da existência humana que só cabe no texto escrito de forma parcial,salvo quando o próprio texto escrito for a obra de arte, como ocorre com as obras literárias. Por isso mesmo, a crítica é uma atividade que suscita mais desconfianças doque confianças. E isso parece ser saudável em relação à obra de arte .

Clovis da Rolt.






O que seria de , Da vinci, Caravaggio, Van Gogh, Gaugin, de Frida, Picasso, Dali, e tantos outros artistas que foram renegados, foram arrasados pelos "críticos"
ha!!!!! não sei, seriam esses imortais que são hoje?


Taiana Justel 
au revoir et a bientot 

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