sexta-feira, 17 de abril de 2015

A Alma e a Dança e outros diálogos Paul Valéry


No contexto cultural, a dança, com suas múltiplas faces, vem celebrando a vida numa expressão dela, filtrando as mensagens, as idéias que se pretende transmitir através da expressão contida nas formas e movimentos, por uma comunicação não verbal do ser. Diante disso, o corpo que dança expressa seu ser sensível comunicando com o mundo, onde todas as manifestações desencadeadas o levam a desvendar-se por inteiro, revelando-se como um ser-no-mundo a partir do desdobramento da concretude de sua existência. No processo de desvelamento, o corpo que dança se apresenta uníssono no movimento, no tempo e no espaço de forma indissolúvel onde a dança faz do corpo uma melodia e torna a melodia encarnada. Isso é exemplificado por Paul Valéry, no livro ‘A alma e a dança: e outros diálogos’, ao constituir uma tentativa da superação metafísica entre a alma e o corpo quando discute “o que é a dança”, através dos passos da dançarina Athiktê, uma das personagens deste diálogo:

Entre Títiro e Lucrécio


traducão

Amor não  é, se ao extremo não cresce:
Crescer é lei: deve ser igual perece,
Perece em quem não perece de amor,
Vive de sede que não se liquida,
Árvore n'alma, de carne as raízes,
Vive de viver no vivo da vida,
Vive das horas ruins ou infelizes,
E da cruel, ainda mais que da amiga.
Sempre entendes , grande árvore do Amor,
A minha fraqueza um raro vigor,
Mil momentos que o coração abriga
São te folhagem e flechas de luz!
Abre-se ao sol toda tua alegria ,
Tua sede rumo as sombras avança,
Na profundeza , na fonte do pranto...


Lucrecio

_Não são versos, Isto é mais um enigma.

me pergunto:
A dança, é um enigma?
O amor é um enigma?

au revoir et a bientot

Tatiana Justel

trechos do livro
A Alma e A dança e outros diálogos
Paul Valéry.






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