segunda-feira, 22 de julho de 2013

MOACIR- ARTE BRUTA.

Dónde canta mejor un pajaro?
-Un pàjaro canta mejor en una jaula del tamaño del planeta.
-Pero para un pájaro la jaula puede ser el planeta.

-El planeta es la jaula donde todos vivimos juntos sintièndonos libres.
(Jodorowski)







Livre mesmo é MOACIR SOARES DE FARIAS, livre e ao mesmo tempo preso no seu mundo isolado, povoado apenas pela sua arte .
Moacir vive em Alto Paraíso, porta de entrada para Chapada dos Veadeiros, interior de GOIÁS. 
Ganhou tanta popularidade na comunidade da Chapada, que  quando querem chamar alguém de louco, chamam por Moacir.
Para sua comunidade ele era somente um louco.

Nem mesmo sua família o compreendia, tinham uma vida miserável, tiravam o sustento do garimpo. Junto com sete irmãos, Moacir o único artista,era  rejeitado, isolado, e dado como esquizofrênico.




Parece que a estória sempre se repete, algum nome de peso está à  turismo por ali conhece Moacir e pronto, já pretendem tirá-lo do seu ostracismo e colocá-lo nos círculos sociais,eu já vi essa estória!!! Na maioria das vezes não dá certo.
A modernidade foi chegando ali naquele pedaço da chapada, apareceram vários convites, depois de ter sua arte execrada, oprimida pela política, apagada e censurada, Moacir conhece o computador,e à partir daí começa a manipular pinturas e desenhos pelo computador também.



Olhares enviesados, os puritanos se chocam com Moacir e com a sua arte. Pelos temas que misturam: religião, sexo, homens, animais, flores , plantas, anjos e demônios, preenchidos por uma luz pura e forte, com cores primárias que surgem do seu mundo .
 Sua arte só foi reconhecida em meados de 1990, na Chapada dos Veadeiros, Goias.


O Filme


Walter carvalho afirma: "...Mesmo com sua psique alterada ele é um artista que soube se inserir no contexto da modernidade..."
Walter Carvalho homenageia o artista em um curta-metragem intitulado:
 " Moacir- Arte Bruta" (2006).

Walter dialoga com este “enxergar diferente”. Registra o artista em casa, desenhando sem parar, por sete dias, e escala os próprios familiares e vizinhos, que o conhecem desde pequeno, para traçarem um painel da sua vida e obra.



”A compreensão dele, eu não tenho. E a compreensão que eu tenho, ele não tem”, esclarece com simplicidade Domingos Soares de Farias, pai de Moacir, e um dos principais contrapontos do objeto do filme. Como Moacir, a maioria dos entrevistados fala num dialeto próprio, com palavras e expressões de um Brasil esquecido, não oficial, porém forte e representativo.
A solução encontrada por Walter coloca Moacir e seus pares quase em situações equivalentes. Onde não interessa muito identificar onde está ou não a normalidade. Onde começa ou termina a realidade em que ele se insere.



Como não posso compará-lo ou ao menos pensar em Chico da Silva, o índio que  era pichador considerado o pai das pichações  e como Moacir, também foi excluído por sua loucura, e oque pensar sobre Arthur Bispo do Rosário? Meu Deus, cuja criatividade está bem próxima da divindade, e também é considerado louco, esquizofrênico.
Anjos ou gênios? Loucos ou somente incompreendidos? 
Para a ARTE não há respostas... afinal:
"Temos a arte para não morrer da verdade" (Friedrich Nietzsche)


au revoir et a bientôt
Tatiana Justel

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