sexta-feira, 6 de março de 2015

Edith Piaf ÈTERNELLE



Dia 8 de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher.
Poderia escolher tantas Divas, as ECCE FEMMES da minha vida, divas do cinema, da música, da literatura, das artes visuais, da dança, do cenário político, social... Quantas mulheres guerreiras e fortes estão eternizadas, seria injusta se citar alguma.

Minha admiração por Edith vai além da música, a sua história de vida é marcante, ela cantou o amor, a dor, a alegria, a boêmia; Edith viveu os extremos da vida, foi do céu ao inferno, caminhou pour La Vie en Rose, mas também conheceu o caminho das pedras, filha de artistas circenses. Edith desde muito cedo provou o lado obscuro que envolve o artista, ficou cega temporariamente aos três anos de idade quando vivia no cabaré de sua avó paterna.

Passado um ano, recupera sua visão e passa-se a vida. Logo aos 12 anos começa a ganhar uns trocados com o seu pai, que fazia contorcionismo nas ruas de Paris, onde a menina começou a cantar.

Aos 20 anos, ao lado de sua fiel amiga, Simone Berteaut (Mômone), ganha a vida cantando, e bebendo, e já se drogando nas ladeiras de Mont Martre. E, como nos contos de fada, aparece uma fada madrinha, nesse caso, um anjo da guarda que tiraria Edith das ruas para ganhar o mundo.

A artista tinha um gênio terrível, indomável, entretanto era insegura, era um pássaro preso na gaiola. Pequena, frágil, aos 20 anos, teve os primeiros problemas de saúde, uma artrose que a deixou cada vez mais debilitada e corcunda.

Ainda assim brilhou, cantou por esse mundão afora, nos maiores teatros, com as melhores orquestras, casou-se, separou-se, teve vários casos. Mas o amor de sua vida foi Marcel Cerdan, um argelino, boxeador, que fatidicamente morreu no auge da carreira de Edith, num acidente aéreo, e por essa razão Edith que já era frágil caiu em uma depressão profunda.

Mas são nas dificuldades, dentro do núcleo da dor, que nascem as maiores inspirações, e Edith compôs maravilhosamente:

MON DIEU




Uma mulher de 30 anos, com uma cabeça de 15 e um corpo cansado de 60, essa era Edith no auge da sua carreira.

Faz alguns anos, estava em Paris, e à beira do Sena onde há vários sebos e antiguidades, encontrei um raro disco de vinil, completamente novo, na capa: Daniel Guichard canta Edith. Mesmo sabendo que não saberia onde iria tocá-lo, eu não tinha um toca discos, não hesitei em comprá-lo pela bagatela de 2 euros.

Recentemente, adquiri um toca discos e diariamente posso ouvir e contemplar essa obra.

Charles Drumont, Jacques Brel, Charles Aznavour, Charles Trenet, Mireille Mathieu, Ives Montand... todos eram loucos por Edith, todos queriam suas músicas cantadas por ela. No Brasil, a atriz Bibi Ferreira interpreta Piaf com tanta verdade, e a nossa Maysa cantando Ne Me Quitte Pas, é uma das coisas mais lindas que já ouvi. Cassia Eller também marcou sua carreira com uma versão bem diferente de Je Ne Regrette Rien, e Maria Gadu, regravou, suingado, Ne Me Quitte Pas.

Edith Giovanna Gassion


  Marcel Cerdan e Edith




Mas gosto é gosto, e eu amo Je Ne Regrette Rien, a letra, a melodia, a ânsia com que a Diva tomou essa música para si e disse:

Essa canção é história da minha vida!!!

Je Ne Regrette Rien (Não me arrependo de nada)

Non rien de rien
non je regrette rien
ni le bien qu'on ma fait
ni le mal , tout ça m'est bien egal
non rien de rien
non je regrette rien
c'est paye, balaye, oublie
je me fous du passe
avec mes souvenirs
j'ai allume le fue
me chagrins, me plasirs
je n'est plus besoin d'eux
balaye les amours
avec leurs tremolos
balayes pour toujour
je repars a zero
car ma vie , car mes joies
aujourd'hui
ça commence avec toi

(composição de Charles Dumont)



Para encerrar, deixo o trailer oficial do filme Edith la Mome, interpretado por Marion Cotillard, lançado em 2008:



Edith Piaf nasceu em Paris em 19 de dezembro de 1915, e morreu em Grasse, 11 de outubro de 1963 aos 48 anos. 


EDITH ÈTERNELLE

Tatiana Justel


Um comentário:

  1. Belíssima e apropriada homenagem, Tatiana Justel! Parabéns pelo seu blog. Dia desses viajei no tempo dele e há análises interessantes com vivência nelas. Foi muito importante você resgatar esse trabalho, a blogosfera das artes e da Cultura em geral agradece, não tenho dúvida!

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