Para finalizar essa semana que dediquei às Artes Visuais, vou falar sobre o artista Chico da Silva, neste 27 de Março, em que se comemora o Dia do Grafite.
Então ...
Então ...
Muito prazer:
Eu sou o Chico da Silva.
Nasci em Cruzeiro do Sul / Alto Tejo em 1910, e morri em Fortaleza em 1985.
Sou descendente de uma cearense e de um índio da Amazônia peruana, vivi até os 16 anos na comunidade do Alto-Tejo.
Em 1934 vim para o Ceará com a família.
Fui semi-analfabeto, fiz de tudo: consertava sapatos, guarda-chuvas, fazia latinhas para lamparinas, mas sempre desenhava pelos muros da cidade com carvão e giz, era autodidata. Por isso, fui reconhecido como pintor do estilo Naif.**
Nem imaginava o que era isso.
** NAIF
(A arte Naif ou arte primitiva moderna é a arte produzida por artistas sem preparação acadêmica. Caracteriza-se pela simplicidade e pela falta de elementos ou qualidades presentes em artistas que tem uma formação).
Logo me destaquei e comecei a expor em minha cidade, depois em outros Estados, Rio, SP, e, em 1966, recebi a Menção Honrosa na XXXII Bienal de Veneza.
Acredito que meu estilo fora único, meus desenhos surgiam de forma espontânea como involuntários impulsos da minha imaginação .
Eu fiquei conhecido nas Europas, como o Índio da técnica apuradíssima e traços autodidatas de origem inerente a visão tropical da vida na floresta.
Entretanto, minha autenticidade foi também meu maior dilema, Chabloz logo ficou insatisfeito com as minhas obras, e acabou me abandonando.
Eu, era mais um desses artistas, do mundo, uma ovelha desgarrada da arte, eu fazia minha própria arte, dentro da minha vida simples, eu queria sempre recomeçar, mas o mercado, era duro, chato, e não deixava.
Minha assinatura era algo diferente também. Eu assinava com um S ao contrário e a impressão do meu polegar junto dela.
O que puderam fazer o fizeram, se aproveitaram de mim, mas a minha visão era descomprometida com a visão comercial; meu compromisso era comigo mesmo. Eu sempre fui um boêmio e irresponsável, e isso só apressou a minha queda. Ganhei muito dinheiro e gastava muito também. Aos poucos fui perdendo o entusiasmo para pintar, e, com a morte da minha mulher, começaram as internações em hospitais psiquiátricos, para combater o alcoolismo.
Essa é a minha história.
Tão comum, nos dias de hoje, entre artistas que tentam, que sobrevivem da arte, para se ter um pouco de lucidez nessa vida.
E aí abaixo, alguns dos meus mais famosos e premiados trabalhos
Em 2010, fui homenageado pela Câmara Municipal de Fortaleza pelo centenário do meu nascimento. Pra quê isso? Agora !!! |
Chico da Silva, diria isso!!!!!!
... e aí vai um documentário bem interessante,
para refletir:
para refletir:
Grafite e Pichação
onde começa um e termina o outro
au revoir et a bientot!
Tatiana Justel
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